segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O consumo de peixe no mundo alcançou níveis históricos.



Conforme relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) publicado nesta segunda-feira (31/01), que contabiliza em 2010 média de 17 quilos por pessoa.

Conforme a FAO, a quantia representa que para 3 bilhões de pessoas os peixes são 15% da dieta média de proteínas de origem animal. Esse aumento se deve basicamente ao aumento contínuo da produção por aqüicultura, que se prevê supere a pesca de captura como fonte de peixes comestíveis.

O relatório sobre o estado mundial da pesca e da aqüicultura 2010 assinala que o setor representa o meio de subsistência para 540 milhões de pessoas, 8% da população mundial.

Os produtos pesqueiros continuam sendo os produtos básicos alimentares mais comercializados, com valor recorde de US$ 102 bilhões em 2008, 9% a mais na comparação com o ano anterior.

A produção mundial de peixes e produtos pesqueiros passou de 142 milhões de toneladas em 2008 para 145 milhões em 2009. Desses 145 milhões, 115 milhões são destinados ao consumo. Pelo relatório da FAO, grande parte do peixe provém da aqüicultura, que cresce a taxa anual próxima de 7%.

 Reservas mundiais
O relatório adverte, no entanto, que a situação das reservas mundiais de peixes não melhorou e que o percentual total das mesmas nos oceanos do mundo esgotados ou em fase de recuperação, não desceu, e calcula-se que é ligeiramente acima de 2006. Para a FAO, 32% das reservas mundiais de peixes estão esgotadas ou em fase de recuperação e necessitam ser reconstituídas com urgência.

Richard Grainger, analista da FAO, expressou sua "preocupação" pelo fato de não ter melhorado a situação das reservas. O relatório defende o estabelecimento de controles mais estritos no setor pesqueiro, através de medidas comerciais que limitem a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada.

Além disso, se mostra a favor de um registro mundial de embarcações pesqueiras, "que atribuiria uma identificação individual a cada navio, independentemente das mudanças de proprietário ou de bandeira que sofra a embarcação com a passagem do tempo".

Essa "transparência", precisa, tornaria mais fácil o controle policial das embarcações envolvidas em atividades de pesca ilegal.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fórum de Pescadores e Aquicultores e os desafios do setor baiano



O licenciamento das águas públicas para produção de pescado em cativeiro (aqüicultura) foi a principal preocupação levantada pelos pescadores e aquicultores da Bahia durante reunião com a Ministra da Pesca e Aqüicultura, Ideli Salvatti. O encontro com o Fórum da Pesca, que reúne 116 entidades desse setor produtivo baiano, aconteceu na sede da Superintendência do Banco do Brasil, nesta sexta-feira (21), em Salvador.

Temos que impedir a privatização das águas” , disse o presidente da Associação dos Pescadores do município de Nazaré das Farinhas, da região do recôncavo baiano, na Baía de Todos os Santos. A migração para essa atividade produtiva é vista como alternativa para o crescimento da produção aumenta de renda e da qualidade de vida aos que sobrevivem da produção de pescado no país.

A burocracia nas legislações estaduais e a falta de estrutura e de atenção ao setor foram lembrados pela Ministra como fatores que emperram o desenvolvimento aquícola brasileiro. “É exatamente isso que vim fazer aqui e que vou fazer em todos os Estados: pedir agilidade na liberação das licenças ambientais da aqüicultura, mais investimentos e parceria dos governadores aos diferentes segmentos da pesca nacional”, disse Salvatti.

Valorização da pesca artesanal e a expansão do ProFrota (linha de financiamento para embarcações) também foram apontados pelos presidentes, coordenadores de colônias, federações, associações e lideranças municipais. “É a pesca artesanal, nosso supermercado de Deus, que mantém milhares de famílias baianas”, definiu um dos pescadores presentes. A igualdade de direitos e espaço às mulheres do setor teve destaque no encontro.

Ideli Salvatti destacou as peculiaridades e o grande potencial do setor. “Cada estado tem um “mundo” de oportunidades”. Terminou afirmando que o aumento da produção, industrialização, consumo interno e exportação só serão possível com investimentos pontuais em infraestrutura, pesquisa, capacitação profissional e simplificação da legislação, a exemplo do uso de águas da União para aqüicultura, principal política pública do Ministério da Pesca e Aqüicultura, mas que depende do apoio e da agilidade nos Estados para ser implementada.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bahia Pesca apresenta crescimento do setor à ministra da Aqüicultura.



A aqüicultura e a pesca na Bahia estão crescendo em ritmo superior à média do país. Os dados do setor foram apresentados pelo presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, à ministra da Pesca e Aqüicultura, Ideli Salvatti, na última  terça-feira (4), na primeira audiência externa da nova ministra.

“Entre 2006 e 2009 a produção de pescado no estado cresceu 57% e atingiu 120 mil toneladas. Contribuíram para isto a aqüicultura continental, que aumentou 150%, e a pesca extrativa marinha, que cresceu 82%”, afirmou o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli. Segundo ele, houve também um expressivo aumento na capacidade de produção de alevinos, superando os 400%. Só a Estação de Caiçara, na cidade de Paulo Afonso, produziu 15 milhões de alevinos. A quantidade de famílias atendidas pelo Programa de Peixamento de Aguadas Públicas também cresceu, beneficiando 53 mil famílias.

Água salgada
Parte dos peixes produzidos nas estações está sendo usada no programa ‘Peixe-Poço’, que utiliza as águas salobras de poços artesianos. Graças a uma nova tecnologia utilizada pela Bahia Pesca, pescadores do sertão baiano estão produzindo peixes de água salgada, em meio ao solo seco e árido da região.

“A tecnologia de dessalinização é utilizada para a obtenção de água doce dos poços artesianos. O problema é que, ao realizar o processo, metade da água se tornava potável, mas a outra metade tinha o dobro de concentração de sal. Agora os pescadores do sertão baiano podem ter, com o material de um único poço, água doce e um criadouro de peixes de água salgada”, explica o diretor técnico da Bahia Pesca, Marcos Rocha.

Terminais pesqueiros 
O crescimento da produção pesqueira colocou a Bahia na terceira colocação no ranking nacional de produção de pescado. “Nosso objetivo é atingir o volume de 140 mil toneladas de pescado”, conta Albagli. Para tanto, uma série de ações começou a ser implementada em 2010, com destaque para a capacitação dos pescadores, construção de terminais pesqueiros e criação de peixes nas águas salobras do sertão.

Kit marisqueira 
A Bahia Pesca está construindo também os primeiros terminais pesqueiros do estado, em Ilhéus e Salvador, que vão beneficiar cerca de 30 mil pescadores artesanais. “Ampliaremos ainda o Profrota, programa do governo federal que disponibiliza crédito para construção, aquisição e modernização de embarcações”, diz Albagli.

Outro estímulo à pesca vem do Programa de Subvenção ao Preço do Óleo Diesel para Embarcações Pesqueiras, que já atendeu quase dois mil pescadores. O benefício é oferecido pelo Governo do Estado por meio de subsídios como a isenção do ICMS, e pelo Governo Federal que ressarce até 25% do valor pago.

Com o objetivo de beneficiar os produtos da mariscagem e possibilitar melhorias nas condições de higiene e trabalho das marisqueiras, a Bahia Pesca distribuiu um ‘kit’ nas comunidades pesqueiras da Baía de Todos-os-Santos, compostos por uma bancada com pia e outra para catação, um eco-fogão, jogo de panelas e escorredor, além de material de proteção ao corpo dos profissionais que começa a ser distribuído neste mês de janeiro.

Criação de algas
Partes da Baía de Todos-os-Santos se tornaram verdadeiras fazendas de uma planta abundante em suas águas, que são as macroalgas marinhas, produzidas por 60 marisqueiras das localidades de Manguinhos e Misericórdia, que foram capacitadas para beneficiamento da matéria prima. Elas estão transformando as plantas em sabonetes, mousses e outras guloseimas. A atividade faz parte do Projeto de Cultivo de Macroalgas Marinhas, realizado pela Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), através da Bahia Pesca, com o apoio do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

A Bahia Pesca, em parceria com o Ministério da Pesca e da Aquicultura, criou o Plano Local de Desenvolvimento da Maricultura, conjunto de estudos e serviços necessários ao planejamento e ordenamento da maricultura. Através dele as comunidades pesqueiras poderão utilizar as águas da União para obter renda com a atividade.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ideli prevê recursos curtos e propõe 'multiplicação dos peixes'



A nova ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti (PT), assumiu a pasta com a missão de aumentar a produção, a industrialização, o consumo e a exportação do pescado no Brasil. Porém, ao prever corte de recursos do Orçamento, em ano de ajuste fiscal, ela disse que o seu ministério é "meio bíblico". "Tem de multiplicar os peixes. Então nós vamos ter de fazer os milagres de fazer mais com menos", afirmou. Nos últimos dados disponíveis, de 2009, o Brasil produziu cerca de 1,2 bilhão de toneladas do produto, com o consumo médio de 9 kg por habitante ao ano.
Segundo Salvatti, como as políticas já estão em andamento - principalmente no que diz respeito às parcerias com os governadores dos Estados brasileiros - os resultados neste ano devem ser significativos. "O ex-ministro Altemir Gregolin colocou de forma muito clara que o crescimento da aquicultura foi de 43% neste ano. Cresceu quase três vezes mais do que o setor de carne bovina, do que aves e suínos. Temos tudo para dar certo", afirmou.
Programas estruturantes da cadeia produtiva, inclusão social e gestão compartilhada dos recursos pesqueiros, todos previstos pelo Plano Mais Pesca e Aquicultura, em vigor desde 2008, também serão desafios a serem consolidados pela nova ministra.
Biografia
Primeira mulher eleita ao Senado pelo Estado de Santa Catarina, Ideli Salvatti tem 58 anos e disputou o governo local nas eleições deste ano, alcançando o terceiro lugar.
Nascida em São Paulo, tem dois filhos e é formada em física pela Universidade Federal do Paraná. Na capital paranaense, atuou nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) de 1973 a 1976. Ideli consolidou sua trajetória política em Joinville, no interior de Santa Catarina, onde foi morar na década de 70. Uma das fundadoras do PT catarinense, foi professora da rede pública de ensino do estado entre 1983 e 1994, período em que militou no movimento sindical da categoria. Participou da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Santa Catarina.
Em 1994, foi eleita pela deputada estadual e reeleita em 1998. Em 2002, concorreu ao Senado e foi eleita a primeira senadora do estado. Defensora das ações do governo Lula, chegou à liderança do PT no Senado, em 2006, e líder do governo no Congresso, em 2009.
por VAGNER MAGALHÃES : <noticias.terra.com.br>

Nova ministra da Pesca quer peixe na merenda escolar


A nova ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, pretende colocar mais peixes na merenda escolar, como forma de aumentar o consumo de pescado no Brasil, ainda pequeno se comparado ao tamanho da área oceânica e de rios do país.
"É um desafio fazer o brasileiro consumir mais peixe. Vamos fazer campanhas de divulgação e colocar o pescado merenda escolar, porque aí vamos preparando as novas gerações. É um trabalho de convencimento e educação", disse a ministra.
A ministra comparou o consumo de pescado pelos brasileiros, de 9 kg por ano, enquanto na Espanha é de 35 kg.
Segundo Ideli Salvatti, o ministério pretende equiparar a produção de pescado com a agricultura.
"De todas as proteínas animais, o pescado é a proteína mais saudável. O Brasil pode ser um grande produtor de pescado, como é de carne bovina", disse.
A ministra, no entanto, admitiu que a verba orçamentária para investir na aquicultura ainda é pequena.
"É um ministério bíblico, de multiplicar os peixes. Vamos ter que fazer o milagre de fazer mais com menos", disse.
Após tomar posse, Ideli disse que o trabalho será de continuidade e não anunciou novas medidas.
"Será um trabalho de continuidade, o Plano Mais Pesca e Aquicultura vai até 2011 e vamos cumprir o calendário. A presidente Dilma pediu para aumentar a industrialização e produção, sem deixar de lado a pesca artesanal", afirmou a nova ministra.


Fonte: por/FILIPE COUTINHO:

Peixe com selo verde chega ao consumidor brasileiro




Espécies de peixes e de crustáceos estão ameaçadas pela sobrepesca.
 
Camarão-rosa, cação, surubim. A preocupação com a sobrevivência dessas
espécies e com o consumidor atento às questões ambientais já leva
empresas a buscarem selos de pesca sustentável. O primeiro selo que
chega ao Brasil é o Friend of the Sea, certificação italiana conferida
a empresas que obedecem a critérios de pesca e aqüicultura com menor
impacto ambiental. A entidade já certificou 135 espécies e 120
empresas em 35 países.

Outra certificação que está chegando ao País é a MSC - sigla em inglês
para Conselho de Manejo Marinho -, selo criado pela organização
não-governamental (ONG) WWF em 1997. De acordo com Laurent Viguié,
vice-presidente da Trace Register, empresa que desenvolveu um sistema
de rastreabilidade para pescado, a MSC abrirá um escritório no País em
janeiro de 2011. "Com 8,5 mil quilômetros de costa, é um bom negócio
para o Brasil investir em certificações, até para garantir a pesca no
futuro", diz.

Várias das espécies de peixes e de crustáceos consumidas pelos
brasileiros estão ameaçadas pela sobrepesca. Segundo o Censo da Vida
Marinha do Ministério do Meio Ambiente, das 1.209 espécies de peixes
catalogadas na costa e nos rios, 32 estão sendo exploradas além de sua·capacidades de regeneração. No caso dos crustáceos, a sobrepesca ameaça
10 de 27 espécies.

Varejo
As redes de varejo já começaram a enxergar os benefícios do pescado
sustentável. O Walmart elaborou uma política específica para a compra
de pescado, que inclui um acordo de cooperação com o Ministério da
Pesca. "Parar de vender peixe por causa da sobrepesca não é solução, e
sim o manejo do pescado e o investimento em sistemas de
rastreabilidade", diz Cristiane Urioste, diretora de sustentabilidade
da rede. Hoje a rede tem controle de 40% dos crustáceos que
comercializa.

No Pão de Açúcar, a aposta será no desenvolvimento da cadeia de
fornecedores da Amazônia. "Queremos construir uma cadeia constante,
baseada no trabalho com os ribeirinhos", afirma Paulo Pompilio,
diretor de relações institucionais da rede. Um dos desafios será fazer
com que os preços não se tornem proibitivos. "Não pode ser um produto
'gourmet’. Se o pirarucu custar R$ 35 o quilo, as pessoas vão preferir
o bacalhau", analisa.

Fonte:Agência Estado