segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Peixe com selo verde chega ao consumidor brasileiro




Espécies de peixes e de crustáceos estão ameaçadas pela sobrepesca.
 
Camarão-rosa, cação, surubim. A preocupação com a sobrevivência dessas
espécies e com o consumidor atento às questões ambientais já leva
empresas a buscarem selos de pesca sustentável. O primeiro selo que
chega ao Brasil é o Friend of the Sea, certificação italiana conferida
a empresas que obedecem a critérios de pesca e aqüicultura com menor
impacto ambiental. A entidade já certificou 135 espécies e 120
empresas em 35 países.

Outra certificação que está chegando ao País é a MSC - sigla em inglês
para Conselho de Manejo Marinho -, selo criado pela organização
não-governamental (ONG) WWF em 1997. De acordo com Laurent Viguié,
vice-presidente da Trace Register, empresa que desenvolveu um sistema
de rastreabilidade para pescado, a MSC abrirá um escritório no País em
janeiro de 2011. "Com 8,5 mil quilômetros de costa, é um bom negócio
para o Brasil investir em certificações, até para garantir a pesca no
futuro", diz.

Várias das espécies de peixes e de crustáceos consumidas pelos
brasileiros estão ameaçadas pela sobrepesca. Segundo o Censo da Vida
Marinha do Ministério do Meio Ambiente, das 1.209 espécies de peixes
catalogadas na costa e nos rios, 32 estão sendo exploradas além de sua·capacidades de regeneração. No caso dos crustáceos, a sobrepesca ameaça
10 de 27 espécies.

Varejo
As redes de varejo já começaram a enxergar os benefícios do pescado
sustentável. O Walmart elaborou uma política específica para a compra
de pescado, que inclui um acordo de cooperação com o Ministério da
Pesca. "Parar de vender peixe por causa da sobrepesca não é solução, e
sim o manejo do pescado e o investimento em sistemas de
rastreabilidade", diz Cristiane Urioste, diretora de sustentabilidade
da rede. Hoje a rede tem controle de 40% dos crustáceos que
comercializa.

No Pão de Açúcar, a aposta será no desenvolvimento da cadeia de
fornecedores da Amazônia. "Queremos construir uma cadeia constante,
baseada no trabalho com os ribeirinhos", afirma Paulo Pompilio,
diretor de relações institucionais da rede. Um dos desafios será fazer
com que os preços não se tornem proibitivos. "Não pode ser um produto
'gourmet’. Se o pirarucu custar R$ 35 o quilo, as pessoas vão preferir
o bacalhau", analisa.

Fonte:Agência Estado

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