segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Importação de camarão argentino preocupa setor pesqueiro no Brasil



A possibilidade da entrada de camarão argentino no mercado nacional levou o Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) a pedir apoio à bancada catarinense em Brasília, na tentativa de barrar a liberação. O setor teme que a importação do crustáceo abale a produção local, já afetada pela entrada de pescado vindo da China e do Vietnã.

Nos últimos três anos, a crise fez com que 50 barcos deixassem de sair para o mar na região de Itajaí – uma redução de 20%. A importação de camarão argentino era proibida no Brasil até dezembro do ano passado, quando uma nova Análise de Risco à Importação (ARI) para a espécie pleoticus muelleri, conhecido como camarão vermelho, abriu espaço para entrada do produto.

Por enquanto, os requisitos sanitários ainda estão em análise. Mas a previsão é de que o volume de importação chegue a 5 mil toneladas por ano – algo que, na avaliação do governo brasileiro, não deve impactar a produção nacional, que é de 100 mil toneladas anuais.

O que preocupa o setor é o fato de a taxa tributária do camarão que virá da Argentina permitir a venda, no Brasil, por preços inferiores aos do produto nacional. Presidente do Sindipi, Giovani Monteiro cita como exemplo a comparação entre valores como o do óleo diesel usado nos barcos, vendido a R$ 1,70 o litro em Santa Catarina – já com subsídio estadual – e por R$ 1 na Argentina.

– Essa situação levará à falência produtores de camarão no Sudeste e Sul do Brasil e dos carnicicultores do Nordeste – afirma. Desistência

Somente em Santa Catarina há cerca de 20 mil profissionais ligados à pesca, a maior parte deles na região de Itajaí. Armador especializado na captura de camarão, Sandro Pinheiro diz que já pensa em abrir mão das seis embarcações que opera, e nas quais emprega 35 pessoas.

– Gosto da pesca, mas não tenho como competir com mercadoria estrangeira. A previsão é que os argentinos mandem camarão a US$ 10, já limpo. Vendo o meu a R$ 25, sem limpar, e estou pagando para trabalhar.

A crise internacional e o pacto de cooperação econômica do Mercosul estão entre as justificativas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para a abertura de mercado ao camarão argentino. Ainda não há data para o início das importações. Risco de contaminação é descartado por especialistas

Além do impacto socioeconômico da chegada do camarão argentino, o Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) alerta para o risco de contaminação. A entidade afirma que pesquisas indicaram a presença de um vírus da chamada mancha branca nos crustáceos vindos da Argentina.

A enfermidade, que também atinge siris, lagostas e caranguejos, poderia causar uma epidemia no Brasil caso houvesse contato com o camarão vermelho, na opinião da entidade.

– Mesmo que o camarão chegue congelado, o vírus sobrevive – alerta Giovani, presidente do Sindipi.

Pós-doutor em Ecologia e Recursos Naturais, o professor Joaquim Olinto Branco, da Univali, afirma desconhecer estudos que comprovem a incidência de mancha branca no camarão argentino.

– A espécie pleoticus muelleri já ocorre no Brasil, do Rio Grande do Sul a São Paulo, e costuma vir com a corrente fria das Malvinas. Ele já convive por aqui com camarões sete barbas, rosa e branco. O Ministério da Pesca e Aquicultura informou que o camarão não oferecerá riscos à biodiversidade nacional.

Uma visita técnica à Argentina foi feita no dia 10 de janeiro, e o MPA está estabelecendo os condicionantes à importação. ? No mercado, preferência é nacional

A presença do pescado importado não é novidade no Brasil. Salmão, lula e congro estão entre os mais populares – mas são os filés, feitos de peixes como panga e polaca do Alaska, vindos de países como China e Vietnã, que incomodam os produtores. Com preços mais baixos do que os similares nacionais, como a corvina, os filés importados estão entre os mais procurados por restaurantes, diz Telma Canellas, comerciante do Mercado do Peixe.

Mas, entre os clientes que procuram peixe para preparar em casa, o nacional é o preferido – até porque o importado vem congelado. – A maioria das pessoas prefere o peixe fresco. Acho que os armadores não deveriam se preocupar com a entrada dos importados porque o nacional tem muita qualidade e, quando é época de safra, têm um preço muito bom – afirma.

Administrador, Edson Mendes, 42 anos, que fazia compras no Mercado do Peixe na sexta-feira, concorda com Telma. Segundo ele, não há comparação entre o peixe nacional e o importado:

– Já comprei o importado e não gostei. O sabor é forte e o gosto não é igual ao nacional. Se o que se espera é qualidade, o melhor é o peixe daqui. ? Saiba mais

Da espécie pleoticus muelleri, o camarão vermelho argentino que será importado para o Brasil virá congelado e será em tamanho grande. O Brasil vai restringir a importação a crustáceos provenientes da pesca extrativa. Embora o setor produtivo acredite em baixo preço, comparado ao camarão brasileiro, o Ministério da Pesca e Aquicultura afirma que o valor deve ser mais elevado do que o produto nacional.

Fonte: Diário Catarinense

Observação

Ong alguma, tem interece de resolver a questão da fome no mundo, de seres humanos, que vivem de migalhas oferecidas pelos mesmos países, que sustentam as ongs! É sim, um direito democrático, que eles façam seus barulhos, mas não creio que governo algum, possa aceitar tamanha campanha contra sua própria produção. Videm Dona Marina e sua campanha ferrenha contra o camarão brasileiro, defendendo assim, interesses americanos, disfarçados de "ONGs", por isso creio que seja um mau muito interessante, que o governo brasileiro deveria ficar de olho e tirar proveito! Porem digo: ESSA CORJA só vivem pensando em dar a seus próprios, o beneficios do poder. BRASIL, ABRA O OLHO! (por José Baccaro)

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